terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Gabaritos dos EXERCÍCIOS EXTRAS de História do Brasil

Bio-Exatas pg. 134 / Humanas pg. 144

1.
a) A intensificação do processo de industrialização, do êxodo rural e da migração inter-regional
foram os principais fatores que contribuíram para o crescimento da população paulistana no período de 1940 a 1970. A industrialização concentrada no eixo Rio-São Paulo torna esses municípios os principais polos de atração de mão de obra (de outras regiões, do meio rural), além das precárias condições socioeconômicas destas áreas de emigração.
b) Entre as causas da desaceleração do crescimento populacional no município de São Paulo a partir de 1980, podemos citar: a redução do êxodo rural e queda do crescimento vegetativo,
devido ao processo de industrialização do município, à elevação do custo de vida nas regiões urbanas, à redução dos membros da família, ligada à entrada da mulher no mercado de trabalho, ao maior acesso a métodos contraceptivos e à melhoria do nível educacional, levando a um planejamento familiar mais eficiente.

2. 
O poeta Castro Alves foi um dos expoentes do Movimento Abolicionista que se manifesta no decorrer da segunda metade do século XIX no Brasil monárquico. A escravidão africana estabelecida no Período Colonial se estendeu após a emancipação política da colônia até o final do século XIX. O poeta contrasta, com imagens literárias, um suposto mundo de liberdade que os africanos viviam em seu solo natal com o cativeiro a que foram submetidos no Brasil. Sua poesia, com forte conteúdo emocional e expressivo, contribuiu bastante
para a ampliação do Movimento Abolicionista naquela época.
b) Considerava-se que a grande propriedade agrário-exportadora, uma economia voltada para o mercado externo e a escravidão constituíam-se nos pilares que davam sustentação ao regime monárquico. O mercado nacional de escravos garantia a preservação e unidade do regime monárquico. Todavia, no decorrer do século XIX, a cafeicultura na região Sudeste torna-se cada vez mais importante na economia nacional. Emerge então uma nova elite empresarial do café que passa a utilizar a mão de obra constituída de imigrantes europeus e que aspira a utilizar o Estado como instrumento de seus interesses. Em 1870 é lançado o Manifesto Republicano, que associa a monarquia à centralização política e a república ao regime federativo no qual se propõe mais autonomia política aos poderes locais. Ações e decisões inábeis do governo central em relação aos militares, que se expressam nas chamadas Questões Militares, e confrontos com a Igreja, que se expressam nas chamadas Questões Religiosas, resultam em provocar um descontentamento generalizado em relação à monarquia. A abolição da escravidão (1888) viria a eliminar os últimos sustentáculos políticos do regime – os proprietários de escravos –, que no conjunto vão resultar no colapso da monarquia e na implantação da República.

3.
a) A Revolução de 1930 conduziu Getúlio Vargas ao poder, colocando fim à Primeira República (1889-1930).   A partir daí o governo tomará medidas no sentido de promover a industrialização, como a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Assim, no plano econômico, houve um consequente deslocamento do eixo dos setores agrários para o setor industrial, com o enfraquecimento do modelo agroexportador e a consequente aceleração de um processo industrial em que o Estado se coloca como empresário na constituição de indústrias de base.
b) No plano social, o processo migratório (que consistiu no deslocamento de populações dos meios rurais para os centros urbanos, bem como o fluxo de imigrantes estrangeiros em busca de novas oportunidades) leva à construção de um novo tecido social e populacional urbano-industrial. Após o movimento de 1930 se verifica a aprovação de uma legislação trabalhista que procurou assegurar um mínimo de garantias aos trabalhadores assalariados no setor urbano. Getúlio Vargas procurou integrar os sindicatos para o apoio ao governo, estabelecendo o Estado como mediador das relações entre o Capital e o Trabalho, afastando anarquistas e comunistas das lideranças sindicais.

4. 
a) O quadro da esquerda, pintado por um brasileiro, traz elementos que destacam uma visão heroica e de exaltação da vitória sobre o Paraguai. Os soldados estão acenando com seus chapéus e comemorando a destruição da frota inimiga, em chamas ao fundo. O quadro da direita, pintado por um uruguaio, apresenta elementos que demonstram um visão mais crítica,
de Renúncia das consequências da guerra. Uma mulher solitária observa corpos de soldados e material bélico destruído em um cenário arrasado pelos combates.
b) A Bacia Platina foi palco de diversos conflitos no século XIX. As posições conflitantes quanto à livre navegação e entre os projetos hegemônicos — como os da Argentina de Rosas e do Paraguai de Solano López — foram importantes ingredientes dessa situação. Entretanto estava também em pauta a formação e consolidação dos estados sul-americanos. Um exemplo relevante foi a “Guerra contra Oribe”, em que a interferência brasileira ocasionou a queda dos blancos e a ascensão dos colorados no Uruguai. Esse conflito desembocou ainda na “Guerra contra Rosas”, contra, Argentina.

5.
a) Entre 1920 e 2000, o Brasil passou por profundas transformações demográficas, dentre as quais podem ser destacadas: queda da taxa de natalidade, o que contribuiu para a redução da parcela de jovens na população; redução da taxa de mortalidade, que contribuiu para a elevação da parcela de idosos na população; e intensa migração campo-cidade, também conhecida como êxodo rural, que provocou a redução da população rural e o rápido aumento da população urbana (situação mostrada no gráfico).
b) A acelerada urbanização pela qual o Brasil passou, uma das maiores do mundo, provocou inchaço urbano e profundas mudanças sociais, dentre as quais podem ser destacadas as seguintes: — marginalização social de milhões de cidadãos que, chegando às cidades, não foram por elas absorvidos e, empurrados para a periferia das grandes metrópoles, favoreceram a ampliação do favelização; — manutenção de elevadas taxas de desemprego e subemprego urbanos, gerados pelo excesso de população nas cidades e pelo seu acelerado crescimento demográfico; — ampliação ou manutenção das desigualdades socioeconômicas, bem representadas pela má distribuição da renda.

6.
a) O governo João Goulart, sobretudo na sua fase presidencialista, entre janeiro de 1963 e março de 1964, foi intensamente atacado por grupos conservadores contrários às suas diretrizes econômicas e políticas. A primeira charge aborda um aspecto econômico, na medida em que ressalta a inflação, heranças de governos anteriores que se agravava naquele momento. A segunda aborda um aspecto político, pois alude ao fantasma do comunismo, fazendo uma crítica no perfil esquerdista do governo de Jango. Esses dois aspectos foram habilmente trabalhadas pelos grupos conservadores, o que contribuiu para a deposição de João Goulart.
b) Os setores civis e militares que se articularam para a deposição de Jango, com o golpe de Estado de 1964, justificavam-se diante da sociedade apresentando o governo como incompetente, corrupto e esquerdista. Incompetente para superar a grave crise financeira que corroía os salários e construir um caminho alternativo para o nosso desenvolvimento; corrupto pelo apoio supostamente comprado que recebia dos partidos e sindicatos ligados ao regime populista; e esquerdizante dado o avanço de forças socialistas nos espaços políticos cedidos a elas pela postura conivente do Presidente e de seus aliados. Os três argumentos eram contestados pelo governo, o que não foi suficiente para evitar o desenlace golpista em 1964.