quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Período Pré Colonial (até 1532)

João Ramalho por José Wasth Rodrigues (1891-57)
Com mais de 30 anos João Ramalho foi degredado para o Brasil, chegando ao litoral de São Paulo no ano de 1512. Quando Martim Afonso chegou naquela região para fundar a primeira vila portuguesa no Brasil vinte anos mais tarde, João Ramalho já era o grande senhor de terras e de escravos indígenas daquela região. Vivia próximo a atual cidade de Santo André (SP) e tinha dezenas de esposas e filhos, sendo que a principal delas foi Bartira, filha de Tibiriçá, principal chefe indígena tupiniquim.  Quando chegaram os jesuítas na região, escandalizaram com os modos daquele português que havia se indianizado. Pe. Manuel da Nóbrega escreveu ao rei português dizendo que Ramalho era “o motivo de um escândalo (petra scandali)...Tem muitas mulheres e eles e seus filhos andam com as irmãs de suas esposas e têm filhos delas. Vão à guerra com os índios e suas festas são de índios e assim vivem, andando nus com os mesmos índios.”

João Ramalho por Jayme Leão (1952)
O jesuíta quis impedir que João Ramalho se casasse na Igreja com Bartira pois o acusava o português de também dormir  com suas irmãs e outras parentas, o que no direito canônico implicava a proibição do casamento. Mas logo os padres perceberam que não só era inútil como indesejável uma disputa contra o escandaloso Ramalho, já que por seu intermédio recebiam o apoio de Tibiriçá para seu trabalho de catequese. Como ponta de lança da colonização poderia garantir tanto o sucesso ou  fracasso da missão.

Morreu após 1580, com em torno  de cem anos de idade, algo muito raro naqueles tempos. Nos registros da época  não foi possível elencar todos os herdeiros de João Ramalho que declarava possuir uma prole de 70 filhos.

Fonte: Dicionário do Brasil Colonial – Ronaldo Vainfás (org)


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